Lembro-me do trabalho regular, de ter as lições em dia, de fazer os trabalhos de casa todos os dias, certo que com algum desmazelo ao ultrapassar a escolaridade obrigatória.
Lembro-me de gostar dos trabalhos de grupo, de me interessar pelas visitas de estudo, de querer saber.
Não me lembro de "estudar", se por isso se entender (i) abrir um livro, (ii) ler várias vezes as mesmas passagens e (iii) copiá-las ou resumi-las num caderno (hoje, provavelmente, num tablet subsidiado pelo ministério da educação).
Mantenho a maior parte das minhas amigas dessa altura, e não consigo isolar muitas tardes de estudo passadas juntas. E estávamos sempre juntas.... E não foi difícil para nenhuma de nós. E nenhuma de nós é genial. E tenho a certeza que, como eu, frequentemente encontram pessoas mais inteligentes e mais preparadas e que com elas aprendem.
Éramos inspiradas, pelos nossos pais, pelos nossos professores, pelos nossos amigos. Queríamos saber. No auge da nossa delinquência juvenil gamámos livros no Jumbo. Bebemos e fumámos às escondidas, e lemos... Sempre lemos.
Esqueçam as explicações e o estudo programado. O que os nossos filhos precisam é de amigos e de querer saber. Inspiremo-los.
